Nem todos os caminhos levam a Deus

Nem todos os caminhos levam a Deus

domingo, 11 de novembro de 2007

História

Esta peça foi a primeira que Deus me abençoou.
Iniciei a escrevê-la no Rio de Janeiro, minha cidade Natal em 2003, e um ano depois houve o seu término, em São Paulo, onde atualmente resido com a minha família, graças a vontade do Senhor meu Deus.
O que me levou a escrever esta peça foi ver tanta gente, com seus olhos escamados, procurando diversos caminhos para se chegar a "Luz", a "plenitude". Infelizmente se deixam levar pelas eloqüências de ensinos de heresias, e também seguem cegamente as tradições dos homens, sem dar ouvidos a Palavra de Deus, que é a Bíblia Sagrada.
Embora a maioria ache que todos os caminhos levam a Deus, na verdade o único caminho é Cristo, e todos os demais levam a perdição.

Objetivo

É uma peça evangelística, procurando mostrar que só há um caminho para a salvação,
E esse caminho é Jesus Cristo, filho de Deus.

Pv.16:25 Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.

Jo.14:6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

Dt.11:26 Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição;
27 A bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, que hoje vos mando;
28 Porém a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes.

Cl 2:8 Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;

Hb.9:27 ...aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,
28 Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

Resumo

realese da peça "O livre arbítrio"

Cinco personagens se encontram em uma sala, não sabem como chegaram e nem porque estão lá. Tentam sair em vão, ao invéz disso, entram mais dois na sala. Em meio aos diálogos, descobrem que todos estavam presente no mesmo vagão ferroviário, que se originalizou num grande acidente, e chegam a conclusão que estão todos mortos.
Não tarda para o julgamento de cada um. Então cada qual procura justificar os seus próprios atos perante o Juiz (Deus).

Dados da peça

- 3 Atos
- 7 personagens Mais a voz de Deus

Sr. Oswaldo (Materialista)
Clarisse (Ezotérica)
D. Júlia (Portuguesa Católica)
Marta (Espírita)
Demir (Evangélico)
Heavy (Metaleiro simpatizante do satanismo)
Jerônimo (Ladrão)
Deus (oculto)

- Duração 45 minutos a uma hora aproximadamente.

A peça

O LIVRE ARBÍTRIO

ATO 1
CENA 1 – (Sr. Aurélio, Clarisse, D. Júlia, Marta e Demir)

Num recinto fechado, azul claro, com uma janela no meio. De um lado uma porta, outra porta do outro lado, e uma mesa de centro no meio da sala. No local estão: Sr. Aurélio, Clarisse, D. Júlia, Marta e Demir, todos sentados.

Clarisse - Que sono... (despertando)
D. Júlia - Ai, Jesus! Nunca dormi tanto assim... (boceja)
Demir - Puxa, acabei dormindo... (espreguiçando)
Sr. Oswaldo - O que aconteceu para eu ter adormecido assim? (boceja)
Marta - parece que dormi muito...

Clarisse - Eu até sonhei.
D. Júlia - Eu também...
Demir - Parece que pegamos no sono todos ao mesmo tempo.
Sr. Oswaldo - Eu só espero não ter dormido demais. Perdido tempo...
Marta - O que será que me fez dormir assim?

Clarisse - (boceja) ... ai, que sono ainda... Sonhei que estava num vagão do metro.
D. Júlia - Ai, raios! Fiquei até com dor nas costas!
Demir - Deve Ter sido a posição.
Sr. Oswaldo - ... tantas coisas para resolver.
Marta - Não sei nem o que estou fazendo aqui.

Clarisse - E... e... junto comigo, parece que tinham algumas pessoas...
D. Júlia - Aí! Nossa senhora, que dorzinha chata!
Demir - Daqui a pouquinho passa.
Sr. Oswaldo - Aonde estou? O que estou fazendo aqui?
Marta - Não me lembro...

Clarisse - ... um homem em pé falava, falava, e... e...
D. Júlia - Minha bolsa! Onde estás minha bolsa?
Demir - Como que ela é?
Sr. Oswaldo - (levanta-se em direção a porta) Está trancada.
Marta - fechada?

Clarisse - ... não consigo me lembrar de mais nada. O que isso deve significar?
D. Júlia - Ela é... Ai! O que é isto?... Ah, cá está ela atrás de mim.
Demir - Dormiu encostada nela.
Sr. Oswaldo - (vai em direção a outra porta) Também está trancada!
Marta - Também?


Clarisse - Uma viagem?...
D. Júlia - Raios! (examina dentro da bolsa)
Demir - E a janela?
Sr. Oswaldo - (vai em direção a janela) Não abre!
Marta - Não abre?

Clarisse - Que tipo de viagem eu faria? Sendo de metrô, seria curta!
D. Júlia - Ah. Está tudo cá dentro!
Demir - (levanta-se em direção a janela) deixe-me tentar! Parece que tem um cadeado prendendo do lado de fora!
Sr. Oswaldo - Quem me prendeu aqui?
Marta - Prendeu?

Clarisse - Mas... aquele homem que não parava de falar. O que ele tem haver?
D. Júlia - Estamos todos presos cá?! E por que será que nos prenderam?
Demir - É uma boa pergunta.
Sr. Oswaldo - Isso tudo está muito estranho! Isto será obra de quem?
Marta - Será que... fomos seqüestrados?

Clarisse - Não sei! Mas... tudo deverá Ter um fim proveitoso!.
D. Júlia - Seqüestro com fim proveitoso? Está variando, ó menina?
Demir - Mas por que nos seqüestraríam? Eu não tenho um tostão furado!
Sr. Oswaldo - Seqüestro? (pensativo)
Marta - As vezes as pessoas seqüestram não só por dinheiro, mas por um ideal.

Clarisse - O ideal agora, é a gente procurar manter a mente positiva, e o coração tranqüilo.
D. Júlia - Nossa senhora do Béleleu. Quem será o desgraçado que está a fazere isto?
Demir - Calma, não podemos agora nos desesperar.
Sr. Oswaldo - Não. Não é seqüestro.
Marta - E por que o Sr. Tem tanta certeza disto.

Clarisse - É intuição do senhor! Existem pessoas muito intuitivas!

D. Júlia - (procura na bolsa) Ah! Cá está o meu terço.


Demir - Para terem feito um seqüestro, alguém tem ter no mínimo dinheiro. E não é o meu caso. E aqui dentro, quem possui bens, riquezas materiais?...

Marta - Só tenho uma casinha e um uno miller que não é lá grande coisa. Tudo o que eu ganho, procuro repartir com pessoas que não possuem condições de vida.

Clarisse - De bens materiais?... eu não me prendo a isto. Além disso, eu sou de aquários! Estou muito mais ligada com as coisas metafísicas, com o cosmo, com as energias que regem este mundo, do que bens materiais.

D. Júlia - Oh! Meu santo Ambroziano! Quem será o filha duma égua que vai querer a o bar que meu homem, que Deus o tenha em bom lugar, deixou para que eu cuidasse, junto com os meus meninos?
Demir - Da minha parte, tenho uma casa bem simples e um carrinho, só isso.

Sr. Oswaldo - Eu tenho algumas propriedades, ações e aplicações. Eu trabalho com investimentos... e a cada instante aqui, perco muito dinheiro (balança a cabeça negativamente). Não acho que seja seqüestro, por que não sou tão conhecido e também porque eu não facilito, e porque, como pude observar, vocês não possuem nada!

Marta - Se não é seqüestro. O que poderá ser então?

Clarisse - Extra terrestres! Fomos todos separados para servir de estudo, ou experiência dos seres de outro planeta. Eu já escutei vários casos assim!

D. Júlia - (pega um copo d’água dentro da bolsa, põe de frente) Deixa tu de falares asneiras, ó menina!! Isso cá está com cara de espaçonave? Isso cá se parece com algum laboratório de cabeçudinhos verdes, e olhos esbugalhados? Parece?
Demir - (leve sorriso) De certo não!

Sr. Oswaldo - O que me intriga é não conseguir me lembrar como que fui parar neste lugar!

Marta - Eu não tenho nem idéia do que poderá estar acontecendo aqui...

Clarisse - Eu sei!! Isso tudo faz parte de um sonho! Todos nós! Eu já vi isto em filmes. Pensamos que isto tudo é real, mas... é tudo sonho. Tudo aqui poderá acontecer. Daqui a pouco eu irei acordar de verdade e vocês... Puum!! desaparecerão! E eu estarei na minha caminha quentinha, e confortável. Há... e acordar com o canto dos pássaros...

D. Júlia - (tira de dentro da bolsa uma vela) De que hospício saiu está retardada? (vai até Clarisse e lhe dá um beliscão). Ora pois, vamos a ver se você acorda agora de vez! E pare de sonhar com esta besteira toda! Pois eu tenho mais o que fazere, ó menina!

Demir - (Novamente sorri) Pessoal, em primeiro lugar, acho que devemos procurar nos acalmar. Estamos todos aqui trancados. e nem nos conhecemos direito. Por que não nos apresentamos? Eu me chamo Demir. E o senhor, como se chama? (para Sr. Oswaldo).

Sr. Oswaldo - Me chamo Oswaldo Aranha Barreto Junior.

Marta - Meu nome é Marta.

Clarisse - Eu sou Clarisse.

D. Júlia - Chamo-me Júlia Maria. Alguém tem um isqueiro ou fósforo aí? (todos negam, alguns até com o ar de estranha curiosidade).

Um momento de silêncio. Sr. Oswaldo procura algo em seu paletó, todos o observam. Ele pega o celular e começa a discar. D. Júlia procura o seu na bolsa e faz o mesmo. Clarisse idem. Marta também. Demir faz o mesmo. Todos esperam um instante com o celular junto ao ouvido. Todos juntos, discam de novo e o põe junto ao ouvido.

Demir - E aí? O meu está mudo!

Sr. Oswaldo - O meu não está dando nenhum sinal.

Marta - O meu também está mudo.

Clarisse - Será que o meu está com defeito?

D. Júlia - Raios, esses celulares são umas porcarias mesmo!!

Demir - Nenhum celular está pegando?

Sr. Oswaldo - Aqui deve ter um bloqueador de celular, que nem nas prisões. (corre para a porta para tentar ver pela fechadura).

Marta - (o acompanha) O que está vendo?

Clarisse - (fica olhando) O que foi?

D. Júlia - (corre para a outra porta e faz o mesmo) Deixe-me ver se eu consigo ver alguma coisa.

Demir - (Acompanha D. Júlia e põe o ouvido na porta).

Sr. Oswaldo - Aqui está tudo... branco, claro. Será uma parede branca, na frente?
Marta - (vai até janela e tenta ver alguma coisa, e tenta escutar também).

Clarisse - (Mergulha no chão para tentar escutar alguma coisa) Deixe-me ver se tem alguém aqui em baixo.

D. Júlia - Cá também está tudo branco!

Demir - Só escuto barulho de vento...

Sr. Oswaldo - (tenta abrir de novo a porta) Nenhuma pista!...(volta para perto de Clarisse)

Marta - Nada! (volta para perto de Clarisse).

Clarisse - Eu estou conseguindo escutar! passos! E cada vez mais próximos!
Pararam!! (são os passos do Sr. Oswaldo e de Marta).

D. Júlia - (vai até a bolsa procurar algo, e encontra um relógio) Que horas devem ser? São Três e meia da tarde.

Demir - Quinze e trinta e dois! (sendo mais pontual).

Sr. Oswaldo - O meu também aponta para quinze e trinta e dois. Só que está parado!

Marta -O meu também parou próximo a este horário!

Clarisse - Eu não uso relógio. Procuro ser livre do tempo.

D. Julia - (Aflita, bebe a água que tirou de dentro da bolsa, e aproveita também para molhar os dedos e passar na testa e em volta do pescoço). Ai Jesus! O que deve estar a acontecer? Minha senhora da ajuda de todas as horas, me ajuda-me nessa hora! (procura e pega dentro da bolsa uma escultura).

Demir - Nem celular, nem relógio, trancados aqui, e lá fora tudo branco...

Sr. Oswaldo - Seja quem for que estiver fazendo isto, terá que pagar bem caro! (olha para os demais) Quanto a vocês... (escárnio)

Marta - O que poderiam querer de nós? Você é quem deve ser o mais visado dessa história toda!

CENA 2 – (Sr. Aurélio, Clarisse, D. Júlia, Marta, Demir e Heavy)

A porta da esquerda se abre e entra um sujeito com uma roupa preta e cheio de ornamentos pelo corpo. Os personagens que já se encontravam dentro do recinto, vão para o outro canto da sala, assustados. Por algum tempo observam aquele que entrou. Que também faz o mesmo.

Clarisse - Quem... quem... quem é você?

Heavy - Eu sou aquele de quem você jamais esquecerá, princesa!

D. Júlia - O que queres tu de nós?

Heavy - O que eu quero?... Saaaangue!

Demir - Sangue? Nada quer mais nada?

Heavy - ( Olha para Clarisse )Menos da donzela, aí. Dela eu quero a carne!

Sr. Oswaldo - Isso tem a ver com um ritual de magia negra? É isso?

Heavy - (sorri) Estamos aqui para continuar a nossa grande viagem, tigrão!!

Marta - Viagem? Que viagem? Pra onde?

Clarisse - Sim! O significado do meu sonho. Viagem, lembra? Eu sabia! Eu sabia! Hei, qual é o seu signo? (para Heavy)

Heavy - Meu signo? É Virgem! (dá uma risada) Essa é boa. Alguém tem um cigarrinho aí? Ou algo para beber?

D. Júlia - Tenho acolá um pouco d’água. Acho que o santo não ira se incomodar,
não. Podes beber! Afinal... dê água a quem tem sede, né?!...

Heavy - Água?? Você quer me matar, maluca?? Você perdeu a noção do limite? Eu falo de algo quente! Muito quente, entendeu? Vodka, whisky, tequila, cachaça mesmo!!

Demir - Ei, espera, ai! Vai com calma, rapaz! Quem é você, e o que exatamente quer de nós? E que tal viagem é esta?

Heavy - Aí, Brother! Pode me chamar de Heavy, Heavy Metal, valeu? Tenho uma banda chamada “trevas”, que é o lance. (sacode o corpo e faz o som de guitarra) Mas... Agora, de vocês, burguesia, eu quero é que... morram!! (Em meio ao silêncio que surgiu, ele olha para o local em que está) Que viagem doida é esta agora? Estava no vagão do metrô e... agora estou aqui?! Pô, Ninguém tem um cigarro aqui, não, caramba?

Sr. Oswaldo - Esse sujeito maluco, está drogado!! É mais um infeliz no mundo! E está preso neste lugar também, junto com todos nós! (sai para o meio da sala) É mais um elemento dispensável neste mundo! E eu que ia oferecer uma bela quantia em dinheiro para que ele me soltasse, e fizesse o que quisesse com o dinheiro, com vocês e com os rituais de magia negra dele. (Sorri inconformado) É por isto que o mundo está deste!
Heavy - Opa! Opa! Opa! Olha quem está falando?! É o todo poderoso, o “homem do dinheiro”. Mas me diga, quanto vale a tua alma? Você acha que nas trevas o dinheiro terá alguma valia? Me diga, quem é mais sujo? Seu dinheiro ou você? oh, imbecil!

Sr. Oswaldo se levanta irritado em direção ao Heavy, mas é impedido de continuar pelo Demir.

Demir - Calma, calma... parem com isso vocês dois!

Marta - Heavy, me diga uma coisa, você mencionou a pouco: que estava num vagão de metrô. Você pode explique melhor isto?

Heavy - Estava numa tremenda viagem num trem fantasma. Eu tinha dado um “tapinha” na casa de um amigo, sabe como é. Estava voltando para casa, aí começou a minha viagem, irada, “morou”? as vacas no céu, os peixes pulavam para dentro do vagão. Mas não havia água nenhuma. E um homem que não parava de falar em Deus, Deus, Deus. Ai, o vagão ficava de cabeça para baixo, muito barulho, gritos. Muito doido meu irmão! De repente, entrei por esta porta, e a viagem acabou! Fiquei caretaço! Num entendi nada! E encontro um monte de marmanjos assustados, se borrando nas calças. (Cantarola uma canção) “Tua vida não faz falta, ninguém chora por ti. A verdade é muito dura, seu caso não tem curaaaaaaaa... o inferno te espera!!!” ( faz um som de guitarra).

Clarisse - Espera aí, oh... dá guitarra desafinada! O que você falou, foi igual ao sonho que eu tive. Menos é claro, da vaca, dos peixes, e da doideira. Mas... no vagão do metro, realmente, um homem que não parava de falar. Alguém mais sonhou com isto?

D. Júlia - Ih... começou de novo com a maluquice... já não bastava um, agora tem outro! E por falar em outro... o que sonhei não estou nem um pouco interessada! agora (indo para cima do Heavy), o que eu quero é rachar o crânio deste safado sem pai e nem mãe (tenta acerta-lo com a imagem esculpida) que querias beber o meu sangue, e ainda dispensou a água do meu santinho!

(todos tentam conte-la)

Demir - Calma D. Júlia. (que sentada, procura na bolsa e acha um papel higiênico para assoar o nariz). Voltando ao assunto do metrô. Eu não sei se eu sonhei ou se tinha sido a última coisa que eu havia feito. Eu também estava em um vagão do metrô. Foi isso mesmo.

Sr. Oswaldo - Espere aí! O último lugar que estive... eu estava sem carro... eu tinha um compromisso importantíssimo, isso me lembro, podia ter pego um taxi, mas resolvi ir de metrô, porque o transito estava terrivelmente parado, um grande engarrafamento, e foi a primeira vez que andei de metro... . Sim, eu entrei em um vagão...
Marta - Eu também, não sei se foi premonição, mas... eu ia para casa, peguei o metrô e não estava só. E um homem que resolveu falar alto...

Clarisse - Sim! Então todos nós tiveram o mesmo sonho!

D. Júlia - Eu tenho que dar o braço a torcere. Eu também tive este mesmo sonho! E digo te mais. Todos vocês estavam nele.

Demir - Mas... espere aí! não foi sonho! Foi o último lugar em que estávamos, antes daqui!

Sr. Oswaldo - Sim! E você era o sujeito que ficava falando sem parar (para o Demir).

Marta - É mesmo! Era você! Mas... depois, Alguns flashes passam pela minha mente. Um barulho grande e... o vagão começa a ficar distorcido, espremendo todo mundo... e não me lembro mais nada...

Heavy - Foi uma batida, otários! (risos e fala sarcásticamente) estamos todos mortos!! Vocês vieram primeiro, eu vim depois! (risos)

Todos - Mortos??

Todos se sentam nos seus devidos lugares. Heavy, porém, permanece em pé. Um a um, coloca a mão no coração para ver se está batendo, outro na veia do pescoço, outro tenta sentir a respiração, colocando a mão na frente do nariz, outro tenta sentir o ar soltando pela boca. E outro coloca a mão no pulso.

Clarisse - Eu... não estou sentindo... nada.

Todos, balançam a cabeça negativamente. Confirmando que também não sentem nada. Estão assustados. Heavy, cai de novo na gargalhada.

Heavy - Todos estão sentindo o gosto amargo da morte! A tortura de suas almas começará daqui a pouco, aqui no inferno! Pois seus corpos jazem lá em cima!

Clarisse - Eu estou morta de verdade?... de repente eu posso estar na UTI. Pode ser, não pode?! Posso estar em estado de coma, e por que não?! Ai, daqui a alguns anos eu acordo...

Heavy - Passaram-se setenta anos! Afinal o dormir é como um piscar de olhos, E você esta “caidáça”, coroa.

Clarisse - Quem, eu? (se examina)
Heavy - Sinto lhe dizer, gatinha, mas... você não volta mais! Você é agora a mais nova morta! Fica assim que está melhor, eternamente gata! You are wellcome, baby!!

Clarisse - E minha família? Minha mãe, meu irmãozinho... o meu passarinho... e o meu porquinho... ?

D. Júlia - (chorando) Não posso acreditar nisto, eu, morta? E minha casinha? E meu bar? Quem vai cuidar dos meus piqueruchos? Suas mulheres só querem saber de comidas congeladas, forno microondas... pizza, Só querem saber de festas, compras e festas. E eles ficarão minhas economias no banco? Minhas economias de tantos anos? E minha vida?

Demir - Então esta que é a morte?... (olha para o alto) Oh, Deus!

Heavy - Deus está morto!! Zaratrusta estava certo!

Sr. Oswaldo - Não é possível!! Não pode ser! Agora não! O que é isto? Não!... acumulei tantas riquezas para terminar assim? Dias e noites pensando em investimentos que não corressem risco nenhum, e que fossem eficazes, de acordo com as metas que eu delineei. Não! Tanto dinheiro para acabar assim? E a minha esposa? E as mulheres mais lindas e ricas da sociedade que conseguir ter em minhas mãos? Não! Isto – não – está – acontecendo. Maldita hora que resolvi ir de metrô! ( vai inconformado até a porta e tenta abri-la a todo custo)

Heavy - (rindo) A tua mulher agradece! Ela vai saber aproveitar tudo o que você conseguiu. E digo mais, e com outro.

Sr. Oswaldo - Olhe, dobre a sua língua!! Ou eu vou...

Heavy - Você vai fazer o que? Me matar? (Rir).

Sr Oswaldo - Seu... debilóide! Retardado!

Demir - Parem com isso!!

Marta - Sede ou tarde, este momento chegaria. Ainda bem que, fiz muitas caridades as pessoas necessitadas, seja com alimentos, seja com remédios, seja com roupas, para as crianças dei brinquedos. Eu procurei fazer a minha reparação de vidas passadas.

Clarisse - E eu? Sempre que pude, levava uma palavra positiva para as pessoas aflitas. Ajudava-as com as pedras energêticas por pontos de seu corpo. Um incenso para atrair bons fluídos. Fazia mapa astral, e numerologia para que todos pudessem saber viver de acordo com o seu karma. Pedia todos os dias para os deuses, por minha família, pelos amigos, por todos. Devemos saber viver sempre em zen, sempre em zen...

D. Júlia - Eu ajudava uma associação beneficente todo mês. Também os asilos... Oh, meu santo Severino Marculino, que intercede por mim, junto a Deus Pai, não se esqueça das velinhas que te acendia todos as noites. Dos copos d’água que lhe servia, sem contar com os sacrifícios que fiz por ti.

Heavy - Que bonitinho! Todo mundo agora é santinho! Todos vocês só fizeram o bem. Vão conquistar os céus! E os podres? Ninguém conta? Os pecadões?

Demir - Perfeito é só Jesus! Todos nós cometemos erros. Não precisa você ficar apontando, acusando. Deus sabe todas as coisas. E certamente, “Heavy”, você não irá ver a face de Deus, não desse seu jeito!

Heavy - E quem disse que eu quero? Deus? Quem é Deus? Quantos inocentes morrem pelo mundo, e o que o seu Deus faz? Quantas crianças nascem doentes, sofrem e morrem. E o que o seu Deus faz? E você que fala dEle, e cadê Ele agora?

Demir - Deus nunca abandona os seus!

Heavy - Então Ele fica omisso. E Jesus é uma grande farsa!

D. Júlia - Ora, gajo. Nunca fales assim de Jesus ou te parto a cara, ouviste bem?

Demir - Se aquieta mulher. Jesus não precisa de advogados. Ele é o advogado dos seus escolhidos. E não nós, o dele!

Sr. Oswaldo - advogado? Não tem nada que o dinheiro não possa resolver...

Demir - (sorrir) Você vai querer comprar quem? Jesus?

Sr. Oswaldo - Existiindo... quem sabe?

Demir - Você tem noção do que irá acontecer contigo? Com cada um aqui que não aceitou a Jesus ao seu tempo?

Sr. Oswaldo - Eu sou um homem de um nível elevado. Não sou “povinho” ignorante como vocês, que se deixam enganar, e enchem o bolso do pastor.

Clarisse resolve pegar na bolsa vários amuletos, e os põe ao redor de si, outros como adorno em seu corpo, e começa a fazer yoga.

Heavy - “povinho”... A sujeira é maior, aonde há mais dinheiro... (andando pela sala, esbarra na escultura que estava em cima da mesa que cai) Op’s!
D. Júlia - (corre para a pegar a escultura, Heavy pensa que é com ele, e sai correndo) Ah... meu santinho, o que te fizeram? (abraça-o) coitadito. Vou a protegere. (olha para o Heavy) Nunca mais chegues perto do meu santo! Tadinho...

Demir - D. Júlia. Isto só é uma escultura de madeira.

D. Júlia - Este é o meu santo São Morangueira! Ele é o meu padroeiro. Tem me ajudado muito a em minha vida inteira. Fiz uma promessa que nunca mais andaria sem ele. Por isto carrego aonde quer que eu vá. (Põe a estátua de madeira em cima da mesa e mexe na bolsa, retira umas flores e põe aos pés da imagem, pega também um papel e começa a escrever e põe debaixo da estátua. E começa a andar de joelhos em volta da mesa no centro da sala).

Demir - D. Júlia, isto é um objeto de madeira, não tem ouvidos, nem boca, nem espírito. Não fala e não responde. É que nem... bola, chinelo, jornal, armário...

D. Júlia - O que tu queres a dizer com isto, ó pá? Que tudo o que aconteceu comigo foi obra do acaso? Não, senhor. São Morangueira fez milagres em minha vida.

Demir - Não senhora. Além de Deus, o Diabo também faz milagres. E faz justamente para ludibriar vocês. Para que possam ficar sempre distantes de Deus, acreditando nesse tipo de coisa, para quando chegar no dia do juízo. Ele levar a alma de todos para ele.

D. Júlia - Faz-me rir, ó menino! Então o diabo me curou de várias doenças ? O diabo deu um bar, e ótimas mulheres aos meus filhos? E está fazendo render meu dinheiro no banco?! Então o diabo é bom agora? Olha rapaz, Deus está vendo o que estares a falare! Cuidado com o que tu falas, ein!

Demir - Minha senhora, Deus nunca aprovou adoração as imagens, desde o inicio de sua criação até o final dos tempos. Está nas escritura! Você não lê não?!

D. Júlia - Vós crentes. Interpretam sempre da maneira que vós quereis! Isso já é fanatismo! Vós crentes são extremamente radicais!

Demir - Mas... mas... está nas escrituras! E a sua bíblia é a mesma que a minha!

Heavy - (rindo) O escriturazinha difícil de interpretar, ein?! Uns dizem que pode outros que não. Uns acham que mulher não pode cortar os cabelos, outros permitem. Uns acham que o batismo e emergindo, outros aspergindo e outros nem batizam. Uns aceitam transfusão de sangue, outros não. Que confusão!

Demir - mas a essência do evangelho é a mesma para as igrejas evangélicas sérias. Que o Senhor Jesus Cristo é o filho de Deus, que veio em carne, e se entregou como cordeiro imaculado, para salvar o mundo. Foi sagrificado, morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou e vivo está, em Espírito. Vocês nunca ouviram falar do Espírito Santo, não?! Jesus enviou o Espírito Santo pra ficar entre nós.

Heavy - Nossa! Decorou muito bem! (bate palmas) Tirou dez! Isso que eu chamo de lavagem cerebral.

Clarisse pega em sua bolsa algumas cartas de tarô e começa a jogar no chão.

Clarisse - As cartas não mentem, jamais! Vou ver o que irá acontecer comigo daqui pra frente. (começa a jogar) Hum... hum...

D. Júlia - E o que estas a vêre, ó menino?

Calarisse - As cartas dizem que um homem aparecerá em minha vida! Opa!

D. Júlia - Ora raios! Que foste agora?

Clarisse - Esta representa prosperidade. Vindo após o homem, quer dizer, um homem de bem, bem resolvido financeiramente. Olha ela de novo.

D. Júlia - O que?

Clarisse - Viagem!

Demir - Mas você gosta de uma viagem, ein?!

Heavy - Aí, essas é das minha. Viajãodona... ah! ah! ah!

D. Júlia - E aí?

Clarisse - Opa! Vida longa!!

Heavy - está brincando! Morte longa!!

Demir - Quantas besteiras! Vocês acham que se chegam a Deus de tais maneiras?

Clarisse/Júlia - Todos os caminhos levam a Deus!!

Demir desiste de argumentar, negando com a cabeça.

Sr. Oswaldo - Ficaremos aqui até quando? Nossa morte toda?

Marta - Nós estamos em uma sala de espera. Daqui a pouco irão aparecer os espíritos-guias, que são os espiritos de luz. Pode ser alguém famoso! Elvis, por exemplo?!
Demir - O que???

Heavy - Elvis não morreu!... (imita Elvis)

Marta - ... e nós conduzirão para conhecer a cidade espiritual. Aonde iremos passar por um processo, para sermos avaliados. Com a finalidade de preparar a nossa reencarnação, isso tudo para dar continuidade a nossa evolução.

D. Júlia - Que dizes tu? É o purgatório que tu estas se referindo?!

Marta - Não! O umbral! É o estado intermediário. Aqui iremos comer, beber, e praticar as mesmas coisas, como antes, quando o corpo dependia dessas coisas. Para que o espírito não sinta um “baque” grande. E vai se desligando aos poucos das necessidades materiais.

Heavy - o que é isto? É uma casa de desintoxação? Tô fora!!

Marta - Cada um de nós terá um guia! Com o tempo, poderemos voltar a terra, como espirito, e ver as pessoas que nos rodeavam, poderemos até ajudá-los. Agora o... (acena com a cabeça, quase sussurando, indicando o Heavy) mocinho alí, será um espírito sem luz. Ele vai é atormentar a vida dos outros!

Heavy - É por que eu não paguei a conta! Mas eu arranjo uma lanterna, um holofote, TÁ?!

Demir - Balela!! Não existe reencarnação! Deus disse que ao homem só cabe uma só morte, e depois o juízo. Daqui, seremos julgados e mais nada! Não existe purgatório, nem salas de avaliação para a preparação da volta em outro corpo! muito menos espírito de luz ou não! Vocês trocam, distorcem tudo, ressuscitar com reencarnar...

Clarisse - É tudo energia! Por enquanto estamos aqui. Estamos vendo nossos corpos, mas daqui a pouco, tudo irá se desintegrar-se, meu dedo vai voando para um lado, o pé para outro lado... aos poucos faremos parte do ar, da água, das plantas...

Heavy - Das baratas, dos vermes, do...

Todos repreendem Heavy.

Heavy - Ué?! (Cinicamente)

Marta - (para o Demir) Eu sou médium, tá?!

Demir - (De bate pronto) Bem feito!! (Olhando para o céu) Oh, Meu Deus me desculpa (fala para todos) Ou iremos para a vida eterna com Deus, ou para a morte eterna, no inferno. Quem fez a vontade do Pai eterno, quem confessou a Jesus Cristo como o Senhor e salvador de sua vida. Esse estará salvo. Se não...

Sr. Oswaldo - (rindo) Quer dizes que, bastava falar isto e pronto?! Podia-se fazer boa ação, ajudar aos pobres e miseráveis. Mas se não falasse essas palavrinhas mágicas, não iria para o céu? (fala de forma jocoso).

Demir - Exatamente! Está na Bíblia, em Romanos 3...

Nesse instante, entra um jovem meio desconfiado com uma faca na mão.Com um aspecto de assustado, e meio ameaçador. Todos param por um instante.

Sr. Oswaldo - (rindo) Então este é que não vai mesmo! (se referindo ao rapaz que acabara de entrar)

Todos começam a rir também. Menos Demir, que olha para o céu.

Sr. Oswaldo - Vai fazer companhia ao Metaleiro aqui! ... vão fazer um “agito” total lá!!

D. Júlia - E ainda vai a maluquinha (Clarisse) junta!

Heavy - “Só vai Ter poposuda,ein! Só vai Ter poposuda, ein! Minha éguinha pocotó! Pocotó, pocotó, pocotó, pocotó!”

E todos começam a dançar e a dar risadas.

ATO 2
CENA 1 – (Sr. Aurélio, Clarisse, D. Júlia, Marta, Demir, Heavy e a voz de Deus)

Todos caem na gargalhada. É anunciado o começo do julgamento através de um louvor de várias vozes. Todos que estavam rindo, começam a chorar. Menos Demir que ora, e o novato, que não entende nada.

Deus - Eu sou o Alfa e Ômega, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso. Eis que venho sem demora. E comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Alexandre de Oliveira Soares!

Heavy - Opa! Sou o primeirão?

D. Júlia - Alexandre?! (depois como sussurando) Levanta-te!!

Heavy - (se levanta) Aí, rapaziada, é como se diz: os últimos serão os primeiros
(ri com escárnio dos outro).. (Fica esperando um pouco em pé, Assobiando um clássico do Rock`n roll, mas fica meio ressabiado).

Heavy - De... De... Deus?

Deus - Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na testa ou na mão, também esse beberá do vinho da minha cólera, e será atormentado com fogo e enxofre. A fumaça do seu tormento sobirá pelos séculos dos séculos, e não terá descanso algum, nem de dia nem de noite. (Ap 14.10,11)

Heavy - Ma... mas.... mas... Senhor, e o livre arbítrio?

Deus - Tomo, hoje, Os céus e a terra, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. (Dt 30.19) Não se pode beber o meu cálice e o cálice dos demônios; não se pode participar da minha mesa e da mesa dos demônios. (1Co 10.21)

Heavy - Mas, Senhor Deus. A sociedade te vê tão distante, que nos incentiva a acreditar em outras coisas... e nos dá um leque de opções, entende?

Deus - Nos últimos tempos, alguns apostarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência. (1Tm4.1,2)

Heavy - Se os meus pais, pelo menos tivessem um mínimo de cultura...

Deus - Maldito aquele que despreza a seu pai ou a sua mãe.
(Dt 27.16)

Heavy - É, mas eu teria aprendido. Por isso que eu sou assim. Mas também, nem tudo o que eu faço tão mal assim. E eu sei muito bem o que faço da minha vida.

Deus -Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridão luz e da luz, escuridão; que fazem o amargo ficar doce e o doce ficar amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito! (Is 5.20-22)

Heavy - (Alexandre chora desesperadamente )

Deus - Você não está inscrito no livro da vida!

Heavy - Como assim?
(Tudo fica escuro. Ouvi-se um grande barulho, e o choro de Alexandre torna-se grito, que vai sumindo aos poucos. Quando volta a clarear, Alexandre está ausente, Todos ficam atônitos procurando o jovem).

D. Júlia - Onde estas o Maluquinho? (sussurra)

Clarisse - Sumiu?...

Deus - Clarisse Lispector Thomaz.

Clarisse - (levanta-se, fecha os olhos e abre os braços, inspira fundo e fica como se levitando) Estou aqui... pronta! Para pertencer a esta fonte astrológica dessa era de Aquários. (começa a cantar a canção de Aquárius)

Deus - Fiz luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e para marcar os dias, os anos e as estações. Essas luzes brilham no céu para iluminarem a terra. (Gn.1:14)

Clarisse - As estrelas... a lua, o sol, as árvores, os passarinhos, tudo é muito lindo! As criancinhas, as mulheres, os homens, todos são o que são, tentando cada qual, fazer dessa vida um lugar de paz, harmonia e muito amor.

Deus - A maldade do homem se multiplicou na terra, pois é continuamente mau todo o propósito do seu coração. (Gn 6:6).

Clarisse - Através de suas obras, se purificando dia após dia, irão também a luz, a luz, a luz!

Deus -Todos são pecadores e carecem da minha Glória. (Rm3:23).

Clarisse - É realmente como todos dizem: “Deus está em tudo e em todos!”

Deus - Você foi enrolada com filosofias e vãs sutilezas, conforme a tradição do mundo e não segundo o meu filho, Jesus, o Cristo.

Clarisse - Cristo Jesus é paz... é amor... eu já sabia desta viagem cósmica. Está escrito nas estrelas, nas cartas, nas mãos, finalmente, este é o meu karma!

Deus - Haverá outro que seja igual a mim? Que anunciou o tudo o que havia de acontecer, desde que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha diante de mim! Que esse anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir! (Is.44:7)



Clarisse - Há, tem um montão de gente! Mas essa vibração... essas forças cósmicas... fazem com que o meu “eu superior”, evolua mais e mais: espírito, consciência e energia. Pois sou um microcosmo nesse macrocosmo. Sempre fui vegetariana... quero dizer, de um tempo pra cá, mas... o importante é que eu sou, agora, e isso para “vibrar” em perfeita harmonia com a natureza... Pensamento positivo... espiritualidade, equilíbrio, saúde... tendo amor, é o que importa! Deus é amor! Cada um é um ser divino, e todos juntos são Deus!!

Deus - Eu sou o Senhor, Deus, que tirei o meu povo da terra do Egito, da casa da servidão. Não tenham outros Deuses diante de mim. Não façam para si imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não os adorem, nem lhes dêem culto; Porque sabeis que Eu sou Deus zeloso. Não tomem o meu nome em vão. Lembrem de um dia para me santificar. Honrem seu pai e sua mãe. Não matem. Não adulterem. Não furtem. Não digam falso testemunho contra o teu próximo. E nem cobicem o que é do próximo. (Ex.20:2-17)

Clarisse - ... o que isso tudo quer dizer??

As luzes se apagam e gargalhas demoníacas quebram o silêncio, e Clarisse pergunta o que eles estão fazendo aos gritos de dor.

Deus - Marta Ferreira Borges!

(Marta se levanta como um pulo de susto da cadeira. E fica procurando olhando para cima.)

Marta - Estou aqui! Estou aqui! Quero que saiba que é uma honra ser atendida diretamente pelo Senhor. Deus?!... Deus?...

Deus - Somente pela graça é que há salvação por meio da fé, e isso não vem de vocês, é um presente meu; a salvação não é o resultado dos seus esforços, por isso ninguém deve se orgulhar. Foi eu que os criei, sendo unidos com Cristo Jesus para fazer boas obras, as quais Eu preparei com antecedência para que vocês andassem nelas.
(Ef. 2:8-10)

Marta - Mas Senhor, no livro dos espíritos, ensinavam assim, que as obras eram para a reparação do mal que fizemos em vidas passadas.

Deus - Meu servo Paulo, de Tarso, escreveu: Ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue um evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja maldito.
(Gl. 1:8)

Marta - Mas Deus, então o Senhor não mandou espíritos de luz escreverem a terceira e última revelação?

Deus - EU sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Não sou Deus de mortos, e sim de vivos. (Ex. 3:6)

Marta - Espere um pouco. (confusa) Deus, Mas cada qual, deve resgatar-se a si mesmo. Pois a salvação não é um ponto de esforço individual que cada um emprega com suas próprias forças?

Deus - Meu filho Jesus, não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. (Mc.10:45) Porque Ele veio para buscar e salvar o perdido. (Lc.19:10) Sendo aceitos gratuitamente, por minha graça, através da salvação que há em Cristo Jesus, A quem Eu ofereci, como sacrifício, através do seu sangue por meio da fé, para manifestar a minha justiça, por Eu ter, na minha tolerância, não levado em conta os pecados anteriormente cometidos.(Rm.3:24,25)

Marta - Mas... mas... eu li tantos livros, e quanto a todos aqueles ensinamentos, a sabedoria?...

Deus - Está escrito: “...se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça a mim, que a todos darei porque sou generoso e a dou com bondade a todos”. (Tg.1:5)

Marta - Senhor Deus. E quanto a reencarnação que proporciona a progressão ininterrupta, para que conquistemos a perfeição?

Deus - Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo. (Hb.9:27)

Marta - Quer dizer que... que... Meu Deus! Isso não pode ser! Então fui enganada esse tempo todo? Que é isso?... Deus, eu te imploro que mandes o rapazinho pregador... ô... Ademir que seguiu os teus ensinamentos, que mande à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que, não cometam o mesmo erro que eu cometi!!

Deus - Eles tem a palavra escrita, os pastores das igrejas e todos os meus escolhidos. Ouçam-os.

Marta - Não! Pai, se alguém dentre os mortos for ter com eles, se arrependerão.

Deus - Se não ouvem ao pastores, nem aos santos que escolhi, se não lêem as escrituras Sagradas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos. (Lc.16:17-31) Deveriam crer tão somente no meu Filho Jesus Cristo, para serem salvos juntamente com a sua casa. (At 16:31)

As luzes se apagam, Marta pergunta: “O que é isso?” para depois ela gritar pelos nomes de: Deus?, Jesus?, André Luiz? Emanuel?... Chico Xavier? ...e A voz se cala depois de um grito de dor.

Deus - Oswaldo Aranha Barreto Júnior.

Sr. Oswaldo - Sim? Pois não?!

Deus - O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. (1Tm 6.10)

Sr. Oswaldo - Deus. Eu só queria um pouco mais de dinheiro, para ter um pouco mais de conforto. Somente com muito trabalho, sem ter que... prejudicar a ninguém!

Deus - Os que querem ficar ricos caem em tentação, e armadílhas, e em muitos desejos insensatos e perniciosos, os quais afogam os homens na ruína e perdição. (1Tm 6.9)

Sr. Oswaldo - Mas Deus, isto são conseqüências do mundo capitalista. Uns enriquecem, e outros se tornam pobres. O que eu fiz só foi investir para ter mais mordomia, ter melhores bens de consumo úteis para se viver. Ter a minha casa, e conviver com minha esposa, Ter meus próprios empregados e seguranças, ter o meu carro importado, que quebrou... tudo o que eu pudesse ter. É o que o dinheiro nos proporciona.

Deus - Meu servo Moisés escreveu: Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo. (Ex 20.17) E foi o que você fez!

Sr. Oswaldo - Deus, tudo bem! Eu cometi alguns enganos, está certo. Mas sempre dediquei a minha vida ao Senhor. Posso não Ter sido... um... exemplo, ninguém é perfeito. Mas... o Senhor sempre esteve em meu coração. Posso não ter comentado com ninguém... também, era tanta correria...

Deus - Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de entristecer a um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não se pode servir a Deus e as riquezas. (Mt 6.24) É mais fácil o camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. (Mt 19.24)

Sr. Oswaldo - Senhor Deus, Pai! O Dízimo, sim, o dízimo! Como fui tão esquecido... eu posso dar a minha parte do dízimo agora! sei que é bem atrasada, mas é claro, com correção, juros e tudo mais. Afinal foi graças ao Senhor que eu estou rico. Certamente poderia ser utilizada para a sua obra na terra, ou sei lá, aqui mesmo! Quem sabe? Poderia ser utilizada nas igrejas. Pensa bem! Em contrapartida...eu poderia, ir, para... um lugar melhor.

Deus - O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o meu favor. (At 8.20)

Sr. Oswaldo - Papaizinho, eu adquiri tantas coisas. Belas casas, ótimos terrenos, um magnífico iate, carros , passei a minha vida em torno disso, dessa conquista. Eu pelo menos poderei levar algumas coisas minhas, não é?!

Deus - Nada trouxeste para o mundo, nem coisa alguma podereis levar dele. (1Tm 6.7).

Sr. Oswaldo - Está bem Deus! Está bem! Fiz tudo de errado. (se ajoelha) Mas eu te peço perdão. (finge chorar) Perdoa-me... eu estou tão arrependido... (finge chorar, depois há grande silêncio) Senhor? Senhor? Está aí?


Deus - Os lábios mentirosos são abomináveis para mim!
(Pv 12.22) O salário do pecado é a morte. (Rm.6:23)

A luz mais uma vez se apaga, e ouve-se gargalhadas maquiavélicas do diabo e o desespero de Oswaldo. Faz-se silêncio.

Deus - Júlia Maria Reais de Bragança.

D. Júlia - Sim? Santíssimo Pai eterno.

Deus - Você me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; e em vão me adora, ensinando doutrinas que são ensinos de homens. Negligenciando o meu mandamento, Você guarda a tradição dos homens. Jeitosamente rejeita os meus ensinos para guardar a sua própria tradição. (Mc.7.6-9)

Júlia - Estou de pleno acordo, ó Deus! É um absurdo! Esse pessoal mereceu a o teu julgamento. Eu por exemplo: toda a noite, acendo uma vela, e rezo para tudo o que é santo que me lembro. Intercedendo para todo mundo, até para os mortos... Que o Senhor os tenha em bom lug... op’s!

Deus - Júlia, Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus. (1Tm 2.5) Você nunca leu? Nunca ouviu?

Júlia - Mas... ora pois! E Maria? A virgem Maria?

Deus - A minha justiça é somente através da fé em meu filho Jesus, para todos os que crêem; porque não há diferença entre as pessoas, pois todos pecaram e necessitam da minha glória. (Rm 3.22,23)

D. Júlia - Mas e o meu Santinho, São Morangueira?

Deus - Meu servo Moisés também escreveu: “Não vos corrompais e vos façais alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher”. (Dt 4.16) Mudaram a minha verdade em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do criador. (Rm 1.25)

D. Júlia, disfarçadamente esconde a escultura.

D. Júlia - Mas... como estava a dizere: Eu sempre fui uma mulher espiritualíssima. Toda a romaria que tinha, estava presente! Missa de 7° dia, eu estava lá! Já subi a escadaria do Cristo redentor de joelhos, umas... três vezes. Sem contar que na Páscoa, eu nunca comi carne!
Deus - Você erra, não conhecendo as escrituras nem o meu poder. (Mt 22.29) O reino de Deus não é comida e nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Rm.14.17)

D. Julia - Ora, pois pois! Então queres dizer que... eu não fui aprovada? Senhor?... Senhor?

Deus - Nem todo o que diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a Minha vontade. (Mt 7:21)

D. Julia - Deus, espere só um pouco! (Ela pega a bolsa e tira várias coisas dela)
Pronto! Só espero não ficar muito tempo no purgatório...

Em um piscar de olhos, D. Julia não está mais presente.

Deus - Demir de Oliveira da Silva.

Demir - (Como que um nó na garganta, abaixa a cabeça) Sim, meu Deus.(E começa a chorar).

Deus - Que formosos são sobre os montes os pés daquele que anuncia o evangelho, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: o teu Deus reina! Is 52:7

Demir - Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o teu poder, Deus, para a salvação de todo aquele que crê. (Rm 1:16)

Deus - Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que ama a meu Filho, e aquele que ama ao meu Filho Jesus, será amado por Mim. (Jo14:21)

Demir - Eu Te amo porque o Senhor me amou primeiro (1Jo 4:19) Porque o Senhor amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que cresse no Senhor Jesus não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16) Graças ao Senhor, Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (1Co 15:57)

Deus - Eu resgato a alma dos meus servos, e dos que em Mim confiam, nenhum será condenado (Sl 34:22) Porque todo aquele que invocar o nome de meu filho será salvo.
(Rm 10:13)




Demir - Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã a tua misericórdia, e durante as noites, a tua fidelidade. (Sm92:1,2) Uma coisa peço ao Senhor, que eu possa morar na Tua casa, ó Pai, todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor, e meditar no seu templo. (Sl 27:4)

Deus - Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.(Mt 25:23)
(Mt 25:23) Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte. (Rm8:1,2)

Demir (Demir, começa a se alegrar, sorrir, se levanta e abre os braços) Oh... aleluia Senhor!! Glórias eternas ao teu nome!! Obrigado Senhor Jesus Cristo!! Obrigado pelo seu sangue derramado na Cruz do Calvário!!(glorifica, Exalta a Deus, entre risos).

A luz se apaga e só se ouve a alegria de Demir entre risos, louvor e exaltação a Deus.

Deus - Jerônimo Luiz de Souza.

Jerônimo (Jerônimo vai até o centro e calado fica olhando para o alto).

Deus - Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; (Is 46:9b,10a) Eu sou o Criador dos Céus e da terra! (Gn 1:1)

Jerônimo - (Surpreendentemente alegre vai mudando para estupefato) Deus!! O Senhor existe realmente!!... O Deus que fez tudo o que há... está diante de mim, falando comigo...
Deus - Você se arrependeu da tua maldade e suplicou a Mim; eu perdoei o intento do teu coração; pois vi que estava muito amargurado e preso pelo pecado. (At 8:22,23).

Jerônimo - Mas Senhor... eu, eu fiz tanto mal, tantas coisas ruins a tanta gente.

Deus - Mas agora em Cristo Jesus, você, que antes estava longe, foi aproximado pelo sangue de Cristo (Ef 2:13)


Jerônimo - Eu estou tão arrependido por tudo o que eu fiz na vida... me perdoe Deus, me perdoa...

Deus - Eu vos afirmo que há júbilo diante dos meus anjos por mais um pecador que se arrepende. (Lc 15:10)

Jerônimo - E eu só te procurei porque já não aguentava mais a minha vida. Já não sabia o que fazer, nada mais tinha sentido. E o que eu era diante da sociedade? Nada!! Já estava cansado Senhor...

Deus - Está escrito nas escrituras: Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei.
(Mt 11:28)

Jerônimo - Com certeza... Mas e os meus erros do passado?

Deus - Desfaço as seus erros como a névoa, e os teus pecados como a nuvem; você se converteu a mim, porque eu te livrei. (Is 44:22)

Jerônimo - Oh! Senhor, Deus, É muito bom! É muito bom!! E eu estou tão feliz por ter te conhecido. Por ter... me ajudado na última hora. Ó Deus, Se eu soubesse a mais tempo... se eu soubesse a mais tempo que realmente existia e que estava tão próximo...

Deus - Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. (Ec 3:1).

Jerônimo - Eu nunca amei tanto quanto sinto o amor pelo senhor agora, Deus.

Deus - Porque o meu amor é derramado em vossos corações pelo Espírito Santo, que vos aprovou. (Rm 5:5).

Jerônimo - Senhor? Eu ainda não sei direito, mas... eu vou pro céu?

Deus - Com a tua boca você confessou a meu Filho Jesus como seu Senhor, e em teu coração creu que Eu O ressuscitei dentre os mortos, você está salvo! Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação (Rm 10:9,10)

Jerônimo - Então eu vou pro céu?? Eu vou ficar Junto do Senhor?? (Feliz da vida)

Deus - Todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado (Lc14:11) A tua fé te salvou: vem em paz (Lc 7:50)

Jerônimo solta um grande riso, de agradecimento a Deus. As luzes se apagam e as vozes dos anjos em coral louvam ao Senhor.




ATOS 3
Cena 1 – (Sr. Aurélio, Clarisse, D. Júlia, Marta, Demir e Heavy)


Em um vagão do metro. Estão sentados: D. Julia mexendo na bolsa, Clarisse meditando, Marta lendo um livro e Jerônimo preparado para assaltar. Em pé estão: Alex com um phone nos ouvidos escutando walkman, Sr. Oswaldo falando no celular, e o Demir acaba de entrar no vagão. Sr. Oswaldo fala alto no telefone a respeito de negócios financeiros.

Sr. Oswaldo – Alô, alô? Ítalo? Ítalo, aqui é o Oswaldo. Eu tive um problema com o carro. Mas estou a caminho, em cinco minutos estarei aí. Mas estou ligando mesmo é para saber sobre a cotação da bolsa... hum... sei... sei... aplique tudo nela!

Alexandre sacode a cabeça com o som da música nos ouvidos. Clarisse continua meditando. Marta compenetrada no livro que lê. D. Júlia continua mexendo na bolsa. E Jerônimo fica esperando a melhor oportunidade para assaltar alguém. Demir que acabara de entrar no vagão, olha para todos que ali estão, um a um. Depois abre a Bíblia que trouxe e começa a folhear. Então começa a falar.

Demir - A palavra de Deus diz, em... Lucas dezessete, do versículo vinte ao vinte e nove: A vinda do reino de Deus. “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós. Vinte e quatro: Porque assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do Homem. Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por esta geração. Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam- se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Lá saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos”

Enquanto Demir falava, Sr. Oswaldo o olhou de maneira rejeitável, mas continuou ainda no celular. D. Julia fez cara de “poucos amigos”. Achando-o bem inconveniente. Marta ficou fitando-o com um olhar bem crítico. Mas quando ele começou a explicar a respeito do que havia lido, ela voltou a ler o livro. Alex nem sequer tomava conhecimento do que estava acontecendo ali. Clarisse Simplesmente abriu um olho e levantou o canto da boca, rejeitando discretamente, pelo incomodo. Jerônimo prestava bem atenção ao falante Demir. Quando Demir falava para aceitar a Jesus como o seu Senhor e Salvador naquela hora, Jerônimo abaixou a cabeça como forma de aceitação...

Todos os atores vão a frente no palco e juntos falam à platéia:

Todos - Fiquem também apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, Jesus virá.
Mateus 24:44.

Finito

e-mail:mcs.braga@hotmail.com